sábado, 2 de maio de 2009

Porque esperamos...

Por que esperamos tanto? A primeira coisa da qual me lembro ter esperado muito era para acabar foi o 1º Grau. Já nem sei mais se ainda chama-se 1º grau, mas enfim, era o 1º grau, pelo menos na época. Sair da turma dos pirralhos e passar para o 1º ano do 2º grau, onde todo mundo era mais velho e mais legal. Mas quando finalmente estava no 1º ano, já estava pensando em me formar e preocupada com qual carreira iria seguir. Tive 3 anos para me perguntar o que eu realmente queria ser da vida, e quando cheguei para fazer o teste vocacional na UFRGS – junto com meus colegas de aula – estava em dúvida entre vários cursos. Nunca me esqueço de que quando cheguei lá, a moça me perguntou: - Em quais os cursos que tu tens dúvidas? E eu respondi: - em vários... E ela continuou (com um sorriso simpático no rosto): - Sim mas entre quantos? Afinal não podem ser tantos! E eu novamente respondi: Entre 19 cursos moça. Ela e meu professor (o que acompanhava a turma) começaram a rir muito, e me disseram que não poderia ser. Nenhuma pessoa fica em dúvida entre tantos cursos assim, que eu deveria repensar nos mais possíveis e tirar 10 cursos fora. E são eles: Artes Cênicas, Administração, Veterinária, Matemática, Letras, Odontologia, Engenharia de Produção, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Arquitetura, Ciências Contábeis, Recursos Humanos, Pedagogia, Psicologia, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Direito e Estatística (alguém acredita que fiquei em dúvida entre estatística??? Não desmerecendo quem goste, mas é que... bom é melhor deixar assim).
O escolhido entre os 19, no final, foi ENGENHRIA DE PRODUÇÃO (congratuleitions!). Agora a expectativa era para o vestibular. Um ano inteiro estudando para entrar na Federal. Bom, na verdade acabaram sendo dois anos e 3 vestibulares e a querida aqui entrou numa Universidade particular. Tudo bem, até então. Foi muito difícil para mim entrar em um curso que havia apenas 5% de mulheres (na época). Uma por que meus colegas me ignoravam completamente. Era um absurdo os tratamentos machistas pelos quais passei. Outra que para eu conseguir um emprego não foi nada fácil. Ninguém quer dar funções usualmente “masculinas” para uma LOIRA! O preconceito foi tanto, que até nas entrevistas os recrutadores riam, acreditem! Na minha cara! Bom, por fim, acabei entrando em uma indústria, porém na área COMERCIAL. Depois de muito ter que comprovar minha capacidade de poder fazer mais, consegui entrar na produção. Fazem 4 anos que trabalho na área industrial.
Recentemente, com a minha vida organizada, ocupando um cargo de liderança, muito suado para conquistar diga-se de passagem, deu um “tiute” (uma expressão usada para “colou as placas”, deu um “curto circuito”, ou algo do gênero) em mim. Já não sabia mais se o que eu queria era realmente o que pensava que queria. Então, perdi tudo aquilo que eu havia conquistado até o momento.
Hoje me pergunto, por que esperei tanto, para tantas coisas, se no fim a vida toma seu próprio rumo?
Por que as coordenadas deste rumo, quem dita somos nós.

Abraço leitores!

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